" Judith Butler comenta Antígona uma das mais célebres tragédias gregas com os dois pés no presente. Em A reivindicação de Antígona , Judith Butler, com seu espírito insubmisso, apresenta uma nova leitura para uma das mais célebres tragédias. Por meio de perguntas fundamentais acerca dos conceitos de parentesco, gênero, ontologia social e ética, Butler apresenta e contesta as consagradas interpretações de Hegel e Jacques Lacan sobre Antígona e demonstra as lacunas sintomáticas dessas formulações – resultantes do (não) lugar que o feminino ocupa no pensamento ocidental. Na peça grega, Antígona, filha e irmã de Édipo, encontra seu conflito trágico na impossibilidade de enterrar o adorado irmão Polinices, considerado traidor de Tebas – cidade na qual o tio, Creonte, reina. Diante do interdito, ela não hesita: age de acordo com a própria ética e realiza o rito fúnebre. A dupla ação – fazer e reclamar a autoria do ato – foi considerada por séculos uma representação da cisão de ordens: antiga e civilizatória; matriarcal e patriarcal; simbólica e social. Porém, essa manifestação dicotômica não permitiu que a própria voz, o desejo e o luto de Antígona fossem validados, e esta é a reivindicação resgatada neste livro. Com os dois pés no presente, Judith Butler desvela aos olhos contemporâneos uma heroína divergente, que pode vir a ser fonte de inspiração e força para as vidas marginalizadas, os sujeitos queer . É nesse sentido que Antígona e Butler reclamam um novo lugar: é preciso reinterpretar os mitos fundadores, confrontar suas estruturas binárias heterossexuais para, então, trazê-los como construções desobedientes e revolucionárias, capazes de devolver o valor e o reconhecimento de todos os sujeitos como vidas dignas de serem vividas. "
- Autores: AUTOR: BUTLER, JUDITH | TRADUZIDO POR: PINHEIRO, JAMILLE DIAS
- Editora: CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA
- ISBN: 9786558020578
- Páginas: 176