Somos nossa memória, disse Jorge Luis Borges, este quimérico museu de forma inconstantes, este amontoado de espelho partidos. As experiência vividas pelo jornalista e militantes político Rodolfo Konder estão registradas aqui, os lugares, os fragmentos, as pessoas, as sombras no espelho. Elas nos relembram um período de tensões e maniqueísmo, quando a América Latina, no quadro da Guerra Fria (que se intensifica no continente a partir da revolução cubana de 1959), submerge nas águas escuras do autoritarismo e da repressão. As memórias do jornalista iluminam parte do caminho hoje freqüentemente esquecido - que nos trouxe até um tempo presente que pode nos aprisionar, se desligarmos do passado e do futuro. O próprio Borges nos adverte: O presente está em declínio. O presente está só. O fragmentário depoimento de Koder, os dois exílios, as viagens, as fugas, a prisão, a violência, a tortura, mas também a solidariedade, a presença dos amigos, o convívio com outras culturas, a vida em países como México, o Uruguai, a Argentina, o Canadá e os Estados Unidos, tudo compõe um imenso conjunto de formas inconstantes, que certamente nos ajudam a compreender a atualidade e a evitar que o erros do passado se repitam - e que o vírus do autoritarismo volte a nos contaminar.
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