Lélia Gonzales, argumenta pela necessidade de assumirmos nossa amefricanidade como forma de ultrapassar uma visão mitificada ou imaginada das áfricas e ao mesmo tempo nos voltarmos para a realidade em que vivemos, pois para ela era mais democrático politicamente, culturalmente mais realista e coerente nos identificarmos a partir da categoria amefricanidade. Assim, "Reconhecê-la é, em última instância, reconhecer um gigantesco trabalho de dinâmica cultural que não nos leva para o outro lado do Atlântico, mas que nos traz de lá e nos transforma no que somos hoje: amefricanos" (GONZALES, 2020, p.138). É com esse desejo e intencionalidade que aqui apresentamos a você, leitor, nestas páginas, diferentes possibilidades de leituras, memórias e histórias na busca por novas epistemologias, pela construção de novos saberes, pela criação de práticas pedagógicas outras, pelo rompimento de verticalizações históricas cristalizadas e hierarquizadas em nossas sociedades afro-latino-americanas-indígenas. Tais imposições, opressões, silenciamentos e modelos eurocentrados aqui deixados estruturalmente nas instituições sociais herdadas da colonização, junto a contextos históricos específicos, potencializaram a produção de preconceitos e dogmas sociais, políticos, econômicos e ideológicos que atravessam temporalmente as sociedades ladino amefricanas contemporâneas.
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