A última década marcou a ascensão de populismos de diferentes matizes — todos apelando para formas de “democracia direta” e para o vilipêndio das instituições. O discurso “antissistema”, que tomou de assalto o próprio cenário político brasileiro no último ciclo eleitoral, repete um fenômeno mundial de consequências ainda incertas.
O advento, agora, da pandemia da covid-19 disparou uma série de questionamentos urgentes a esse respeito: que papel devem desempenhar as instituições em tempos de campanhas abertas por seu enfraquecimento? Quais devem ser os limites de sua atuação? Deve-se aceitar, em nome da democracia e da liberdade, que as próprias instituições que as garantem sejam atacadas? O ambiente democrático pode incluir questionamentos acerca da conveniência da organização democrática? É possível haver uma mediação entre cidadãos e poder sem a presença da política?
São essas algumas das indagações abordadas pelo filósofo italiano Roberto Esposito em Institutio. Sobre crises e valores das instituições mediante um discurso que trata das instituições justamente no ponto de interseção entre pensamento e práxis. O livro traça, segundo um rigoroso método de reconstrução histórico-filológica, uma apaixonada genealogia crítica do tema, com ênfase particular tanto em autores e juristas do século XX como na crise atual da representação política, tornada ainda mais aguda com a pandemia.
Os naturais conflitos de interesses resultantes desse contexto, todavia, deveriam propiciar o surgimento de movimentos que, em vez de contrapostos às instituições, busquem fortalecê-las ou até mesmo se integrar a elas. As páginas de Institutio. Sobre crises e valores das instituições, discutem o porquê.
- Autores: AUTOR: ESPOSITO, ROBERTO | Prefácio: ROMANO, ROBERTO | TRADUTOR: PETERLE, PATRICIA | TRADUTOR: SANTURBANO, ANDREA
- Editora: RAFAEL COPETTI EDITOR
- ISBN: 9786586877151
- Páginas: 200