Este livro faz uma reflexão sobre o jornalismo cultural, apresentando uma questão fundamental para entender as últimas décadas: a troca de um projeto de futuro para uma reiterada presença do passado no presente. A partir da queda do Muro de Berlim, especialmente, e com o anúncio do fim da história por Fukuyama, entramos em um período marcado pelo excesso de memória. Esse excesso, entendido como um dispositivo de captura de subjetividades, está presente em todos os campos discursivos, da política à literatura. Um lugar onde isso aparece com toda a força é no suplemento cultural Mais!, da Folha de São Paulo. E o excesso de memória aparece através de um mecanismo específico, a comemoração. Em 500 números, de 1992 a 2002, apareceram no Mais! em torno de 1.000 comemorações de morte e nascimento de escritores, cientistas, cineastas, artistas, intelectuais e de lançamentos de obras. A fim de compreender o funcionamento da memória como um dispositivo para colocar em circulação leituras do presente através da comemoração, este livro pode ser entendido na direção do que diz Giorgio Agamben em uma entrevista: Significa, enfim, trabalhar por paradigmas, neutralizando a falsa dicotomia entre universal e particular. Um paradigma (o termo em grego quer dizer simplesmente 'exemplo') é um fenômeno particular que, enquanto tal, vale por todos os casos do mesmo gênero e adquire assim a capacidade de construir um conjunto problemático mais vasto.
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