Recorrendo a Guy Debord e Gilles Deleuze, igualmente, "Um Manifesto Hacker", da escritora Mckenzie Wark, oferece uma reformulação do pensamento marxista para a era do ciberespaço e globalização.
Na revolta generalizada contra a informação mercantilizada, a autora vê uma promessa utópica que vai além da forma da propriedade privada e uma nova classe progressista - a classe hacker - com interesse compartilhado em um novo bem comum: o acesso à informação.
O domínio da chamada "propriedade intelectual" dá origem a um tipo inédito de conflito entre classes, que opõe criadores de informação - a classe hacker, composta por pesquisadores e autores, artistas e biólogos, químicos e músicos, filósofos e programadores - contra uma classe proprietária, que procura tomar o monopólio sobre as informações que a classe hacker produz. Wark define habilmente, para citar um exemplo, as disputas entre demandas cada vez mais estridentes de empresas, como as farmacêuticas, pela proteção de suas patentes e direitos autorais, e a cultura popular, difundida por meio de compartilhamento de arquivos e da pirataria.
O objetivo audacioso da obra, ao longo de capítulos como "abstração", "classe", "produção", "revolta", entre muitos outros, é demonstrar as origens, propósitos e interesses dessa classe hacker emergente, responsável por criar um novo mundo e novas formas de associação capazes de nos afastar da destruição provocada pela exploração mercantilizada.
- Autores: Prefácio: GROHMANN, RAFAEL | Prefácio: FOLETTO, LEONARDO | AUTOR: WARK, MCKENZIE | TRADUTOR: BARCELLOS, VICTOR
- Editora: FUNILARIA
- ISBN: 9786584735279
- Páginas: 216