Nessa obra, a autora analisa aquilo que foge das teias do poder do Estado, mas que, no final, acaba por alimentá-lo ainda mais. Ou seja, o que Michel Foucault denomina de micropoderes : pequenas instâncias discretas, quase invisíveis, que se revelam por meio de regulamentos, conselhos, avisos, proibiçoes. Com base em pesquisa realizada com alunos de escolas estaduais, em Campinas, a autora mostra alguns motivos que levavam os próprios alunos a danificar o prédio escolar. Nota-se que, sempre que ocorriam as depredaçoes, a escola reforçava os mecanismos disciplinares que se encarregavam de ajustar comportamentos, neutralizando agitaçoes, críticas e a organizaçao espontânea dos alunos. É necessário ampliar o debate sobre até que ponto a escola simplesmente reflete o que acontece na sociedade, onde o poder disciplinar se apóia basicamente em técnicas de dominaçao, preparando os alunos para a observaçao passiva de normas, que sao a expressao dos mecanismos de poder, controle, vigilância e puniçao.
Desde 1988 a Livraria Livros & Livros têm sido um ponto de cultura na Ilha de Santa Catarina. Nosso acervo está voltado principalmente para o público acadêmico, sobretudo nas áreas de literatura e ciências humanas.